PARTE 5 - "FUI SEDUZIDA!"

[TESTEMUNHO – PARTE 5]

Se a história anterior fala sobre um filho que, “ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu para um país muito distante”, esta, fala sobre uma ovelhinha que foi encontrada…
ALEGRAI-VOS COMIGO! ENCONTREI A MINHA OVELHA QUE ESTAVA PERDIDA!”, (Lucas 15, 6).
… … ... ...

“A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado.
Ela disse à mulher: 'É verdade que Deus vos proibiu comer do fruto de toda árvore do jardim?’
A mulher respondeu-lhe: ‘Podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Vós não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais’.
“Oh, não!' – tornou a serpente – 'vós não morrereis! Mas Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal'”,
(Gênesis 3, 1-5).
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Era meados de fevereiro de 2002 e, naquela noite, ao chegar em casa, eu fui direto para o meu quarto. Deitei-me na cama e, na tentativa de esconder-me, cobri o meu rosto com uma das mãos e fiquei o mais rente que pude da parede. Embora temesse que meus pais notassem que algo havia se passado, o meu objetivo naquela noite era um só: esconder-me de Deus.

Aquela noite, pra mim, foi como se eu tivesse sido transportada da proteção do redil para uma floresta cheia de perigos. Longe da proteção do pastor eu me perdi, comi ervas daninhas, tornei-me presa fácil para o inimigo, me feri gravemente... e, assim, fui morrendo aos poucos. Então compreendi o quão grave é a desobediência a Deus...
“Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Vós não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais’”, (Gênesis 3, 3).

Na tentativa de achar o caminho de volta, busquei nas pessoas a figura do pastor, mas os caminhos que me indicaram só me deixaram ainda mais confusa e perdida. "Pare de ser boba! Divirta-se! A vida é curta, faça o que te faz feliz"... mas 'essa aventura' não foi nada divertida para mim. Como resultado de tudo isso eu fui parar à beira daquele abismo. Porém, Aquele que não só sabe o caminho como é o próprio caminho foi à minha procura…
“Mas o Senhor Deus chamou o homem, e disse-lhe: 'Onde estás?'”, (Gênesis 3, 9).

Era 2008, por volta das três horas da tarde (1) e eu estava em casa, sozinha, aos prantos. Eu havia chegado ao meu limite! Todo o meu esforço até ali - desde a minha vida profissional à sentimental parecia ter sido em vão. As pessoas ao meu redor não me davam crédito e até eu mesma já estava desacreditada de mim. O fato é que, olhando pra minha história e para todo o caminho percorrido, eu não conseguia enxergar um sentido pra vida. E se era pra viver assim…

“É melhor para mim morrer do que viver. Tenho ouvido insultos que não mereço, e a tristeza é demais para mim. Manda, Senhor, que eu seja libertado desta angústia e deixa-me partir para a morada eterna. Não desvies de mim o teu olhar, Senhor, pois é melhor para mim morrer do que ver tanta aflição em minha vida e continuar a ouvir esses insultos”, (Tobias 3, 6). 

Em meio ao pranto naquela tarde, lembrei-me das palavras da minha mãe que volta e meia me dizia: “Assista a TV Canção Nova, minha filha. Você vai ver que maravilha que é”. Liguei a TV e exatamente naquela hora começava o terço da Divina Misericórdia, o qual rezei ainda em prantos. Quando terminou já não havia em mim sinal de tristeza, choro ou dor. Eu estava feliz - como se tudo estivesse normal e tranquilo na minha vida.

Apesar de poderosa, a intervenção de Deus naquela tarde foi tão sutil que eu não me dei conta do que havia acontecido, mas... JESUS TINHA RESPLANDECIDO COMO UM SOL, A DISSIPAR AS TREVAS QUE ME ENVOLVIAM. 
“Mas, sobre vós que temeis o meu nome, levantar-se-á o sol de justiça que traz a salvação em seus raios”, (Malaquias 3, 20).

Jesus é o Sol!

Consequentemente, eu senti uma vontade tão grande de estar com Deus que a primeira coisa que fiz foi ir à missa. Chegando lá, uma música traduziu exatamente o que eu havia sentido naquela tarde: “Senhor, tu me olhastes nos olhos. A sorrir pronunciastes meu nome” (2)
"Então, Jesus falou: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabûni!” (que quer dizer: Mestre)", (João 20, 16). 

A sensação que eu tinha era de que, esticando minhas mãos em direção ao céu, eu podia tocar a ponta dos dedos de Deus... Com o passar dos dias, eu sentia cada vez mais sede de Deus e de estar em Sua presença. Então, passei a ir à missa por "vontade própria", a acompanhar os programas da TV Canção Nova, a cantarolar as músicas do padre Marcelo Rossi, a assistir as pregações do padre Fábio de Melo, a rezar o terço, a me preparar para o sacramento do Crisma...
"Seduziste-me, ó Senhor, e eu me deixei seduzir. Mais forte fostes do que eu, e prevaleceste!", (Jeremias 20, 7).

Além disso, todas as situações de dificuldades que eu vivia começaram a se resolver: consegui um bom emprego, eu e minha irmã nos mudamos para uma kitinete melhor, me livrei de rapazes que queriam 'apenas se divertir' comigo, e assim, pouco a pouco, as coisas foram melhorando. Em 2010, Deus me surpreendeu novamente com uma grande e inesperada graça (recebida pelas mãos do meu glorioso São José), a qual transformou não só a minha vida profissional e pessoal, como a imagem que as pessoas tinham a meu respeito.

"Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão? E, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem", (Mateus 7, 9-11).
...

À luz do profeta Oséias (2, 16: "Por isso, eis que eu mesmo a seduzirei, conduzi-la-ei ao deserto e falar-lhe-ei ao coração"), eu costumo dizer que esse foi um "Tempo de Sedução". Tempo em que tive o meu encontro pessoal com Deus. Tempo em que o Bom Pastor me colocou alegremente em seus ombros e me levou de volta para casa. Mas, embora tudo estivesse correndo maravilhosamente bem, e, durante esse tempo minha vida profissional tenha sido milagrosamente resolvida, faltava-me ainda a realização de um grande sonho: 'encontrar o homem da minha vida, casar e ter muitos filhos...'
[Antes - porém - era necessário passar pelo deserto...]
...
2012 a 2018 foi um "Tempo de Deserto". Tempo em que precisei "ficar internada" e o Médico Divino tratar as minhas feridas. Tempo de dor, incompreensão e humilhação, mas também tempo de formação e proximidade com Deus - no qual encontrei a minha alegria!

... "Mas o deserto não é o fim de tudo. No final dele existe a conquista da terra prometida..." (3)

[CONTINUA...] 

FONTES:
1 – Hora da Morte de Cristo, Hora da Misericórdia.
2 - "A Barca" - Pe. Zezinho
3 - João Cláudio Rufino - Série Discipulus: Episódio “Passar pelo Deserto”.
https://www.youtube.com/watch?v=ttha4qS9wTw- Bíblia Católica on line

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